Os consoles de nova geração utilizam SSD para armazenamento e trazem suporte para taxas de frames mais altas, algo bastante comum no PC. Enquanto algumas características dos computadores já estão aparecendo nos videogames com mais força, outras ainda são esquecidas no churrasco.
Quem me conhece já sabe como eu sou entusiasta do ultrawide, padrão que utiliza proporções como o 21:9 e dá vida aos monitores mais compridos, com espaço extra de tela. Além de serem ótimos para trabalhar, os displays nesse formato também seguem um padrão cinematográfico, o que garante uma experiência diferenciada nos games, quando nada dá errado.
Assim como os consoles da geração passada, o Xbox Series X deixa de lado o suporte para o padrão ultrawide. Apesar de não ter testado a função no Series S e PS5, a resolução também deve estar de fora dos consoles. O motivo? O padrão é uma minoria até mesmo entre os jogadores de PC — cerca de 1% dos usuários do Steam, para ser mais exato.
E se eu ligar o Xbox em um monitor ultrawide?
Se você, assim como eu, faz parte da minoria que possui um monitor compridinho em seu setup, é possível utilizar o console com o display. A ausência de suporte nativo, porém, acaba deixando as imagens esticadas, como mostrado acima. O funcionamento é exatamente o mesmo, mas com distorções na exibição.
Para realizar o teste, coloquei o Xbox Series X para funcionar com um monitor 29WK600 da LG. Apesar da interface esticada como padrão, o console reconheceu todas as funções do display, o que permitiu habilitar o HDR e a taxa de atualização variável, que funciona com o FreeSync. O que achei estranho foi o videogame permitir o uso da resolução 4K, sendo que a tela possui 2560 x 1080, o que não chega nem ao 1440p.
Para quem não quer jogar com a imagem esticada, o Xbox Series X não oferece uma função nativa para modificar a proporção da tela. Porém, os monitores ultrawide tendem a trazer essa opção. No caso do 29WK600, basta entrar nas configurações do monitor, selecionar a Entrada do Xbox Series X e selecionar “Relação de Aspecto”.
Ao selecionar “Original”, as bordas pretas entram em ação para acertar a proporção e evitar que a imagem fique parecendo meme do Putin Wide (ou Geralt Wide).
Mouse e teclado funcionam, mas com ressalvas
Enquanto o ultrawide ficou de lado, a principal característica do PC continua presente nos consoles. O Xbox Series X conta com suporte para mouse e teclado. Dependendo do modelo utilizado, você até pode usar as teclas para navegar na interface do console e usar o botão Windows para abrir o overlay da UI. Porém, o mouse só fica funcional em jogos, e não são todos os games.
O suporte para mouse e teclado depende da boa vontade das desenvolvedoras. Gears 5, por exemplo, chega 100% otimizado para os periféricos, o que garante uma experiência bastante similar ao PC. Outro jogo que funciona no Series X de maneira similar aos computadores é Call of Duty Warzone, que já trabalha com os periféricos no período de pré-lançamento.
Ainda assim, é importante ressaltar que a experiência é diferente que jogar no PC. Os computadores contam com tecnologias voltadas para diminuir o atraso nos comandos e mais opções de configuração dos periféricos. Ao jogar em uma TV, por exemplo, é possível sentir um pequeno delay principalmente na interface de usuário, mas que não atrapalha tanto a experiência no gameplay.
Mouse e teclado funcionam, mas o foco ainda é o controle
Com isso, o uso de mouse e teclado se tornam úteis para quem joga no PC, está chegando agora no console e não quer jogar direto no controle. Ainda assim, a experiência é diferente do PC e nem todo jogo conta com suporte para os periféricos.
Os games de tiro DOOM Eternal e Rogue Company, por exemplo, não funcionam com mouse e teclado no Xbox Series X atualmente. Porém, como os títulos serão otimizados para a nova geração e também estão no PC, quem sabe a funcionalidade chegue futuramente, mas nada foi confirmado até agora.
Confira nossa cobertura completa do Xbox Series X aqui.