O principal problema do Xbox finalmente será corrigido pela Microsoft: em breve, a assinatura Live Gold não será um pré-requisito para jogar games free-to-play online, como é o caso de Fortnite e Call of Duty Warzone. Com a mudança, o Xbox Series S, o console next-gen baratinho da marca, se torna o custo-benefício definitivo para games atualmente.
A Microsoft disse que a mudança será implementada nos próximos meses. A novidade foi revelada em um cenário nada favorável para a empresa, que tentou dobrar o preço da Live Gold na quinta-feira (22). Após o público reclamar, a companhia revogou o reajuste e revelou que o serviço não será mais necessário para jogos free-to-play.
A alteração mostra que a empresa está aberta para feedbacks, mas a Microsoft não fez mais que sua obrigação. Jogos free-to-play já podem ser acessados sem custos no PlayStation 4 e o Windows tem zero cobranças para jogar online, mesmo em títulos premium.
Ótima notícia para o Xbox Series S
A queda da obrigatoriedade da Live Gold para jogos free-to-play pode gerar uma queda no número de assinaturas do serviço, mas ainda vai render para os bolsos da Microsoft. Com mais pessoas jogando Fortnite, Call of Duty e afins, a empresa pode ter um retorno maior com as taxas da Microsoft Store na realização de microtransações, como vendas de skins e Passes de Temporada.
Além disso, os consoles da empresa, que já ganham a atenção pelo Game Pass, agora entram no radar de muitos gamers casuais que só querem um método barato para jogar ocasionalmente. A mudança casa muito bem com a proposta do Xbox Series S, o console de entrada da empresa para a nova geração.
O Xbox Series S é feito para rodar jogos em resoluções abaixo do 4K (Full HD ou 1440p) e traz alguns recursos que marcam a nova geração. O console conta com armazenamento em SSD, que garante loadings mais rápidos, suporte para Ray Tracing e 120 frames por segundo.
Graças a um corte na potência da GPU e o armazenamento de apenas 512 GB, o Xbox Series S está disponível por valores na casa dos R$ 2.799. Ou seja, o produto tem uma bela vantagem de valor em relação aos outros consoles de nova geração e está muito interessante até para quem está pensando em montar um PC.
Hardware tá caro pra caramba
Se em 2020 as coisas já não estavam simples quando o assunto é preço, o ano de 2021 chegou mostrando que tudo que é ruim sempre pode piorar. A pandemia e o dólar continuam aumentando o preço dos hardwares e a galera do PC ainda está lidando com mais duas tempestades que influenciam no bolso.
Primeiro, a Guerra Comercial entre os Estados Unidos e China continua pegando fogo. Graças a um imposto que voltou a vigorar em 2021, rolou um aumento de até 25% nas placas de vídeo na Terra do Tio Sam. Como de praxe, um pouquinho disso também vai respingar no nosso mercado — um aumento de aproximadamente 9%, segundo as estimativas.
Para piorar a situação, as criptomoedas voltaram com tudo em 2021 e tem muita gente comprando placas de vídeo para mineração. Com isso, os estoquem ficam menores e, consequentemente, os preços sobem.
Custo-benefício
Neste cenário complicado para compras, o Xbox Series S se torna uma ótima porta de entrada para quem está em busca de uma máquina para jogar. Afinal, montar um PC com Ray Tracing e um hardware minimamente equivalente ao console não tá fácil.
O Xbox Series S e os outros consoles da Microsoft também contam com uma versão mais robusta do Xbox Game Pass, que já traz o EA Play na versão Ultimate. Além da integração com a plataforma da Eletronic Arts, o catálogo da versão de console do serviço é consideravelmente mais robusto que no PC.
É boleiro? A assinatura conta com PES 2021, FIFA 20 e um teste de FIFA 21. Gosta de RPGs? A plataforma oferece Skyrim, The Witcher 3 e Dragon Age: Inquisition. Quer jogos de história? A Plague Tale Innocence, Tell me Why, What Remains of Edith Finch e o novo The Medium podem te agradar.
O fim da cobrança da Live Gold para aproveitar jogos free-to-play quebra a barreira que faltava para o console ser perfeito para os brasileiros que querem economizar na hora de jogar. Com a mudança, o Xbox Series S finalmente tem poder para roubar o título do PS4 de “console para rodar Fortnite e Warzone”, e ainda brindar os jogadores com mais benefícios, incluindo loadings mais rápidos e qualidade visual aprimorada.
Mas antes…
O maior empecilho para o jogador fica por conta do armazenamento do console. O Xbox Series S tem cerca de 360 GB de espaço utilizável para guardar jogos, não possui leitor de discos e o caríssimo SSD de expansão oficial mal aparece em terras brasileiras.
O SSD só é obrigatório para jogos otimizados para a nova geração e, atualmente, ainda é possível se virar muito bem com um HD externo para aumentar o espaço para jogos. As unidades de armazenamento com USB 3.0 funcionam com o Quick Resume e conseguem rodar jogos do Xbox One tranquilamente no Xbox Series S.
O HD externo também pode ser utilizado para guardar jogos da nova geração, mas é necessário realizar a transferência para o armazenamento principal na hora de jogar, o que exige alguns minutos. O SSD interno do console comporta em média sete jogos, o que não é muita coisa, mas é o suficiente para sobreviver na base do custo-benefício.
Xbox não é um PC
Vale ressaltar, também, uma parada bastante óbvia: o Xbox Series S não é um computador. O console possui suporte para mouse e teclado, mas apenas em jogos compatíveis com a função.
Além disso, os aplicativos estão limitados às ofertas da Microsoft Store do console. Enquanto o produto não decepciona nas plataformas de vídeo, como Netflix e Disney+, a navegação web não é das melhores atualmente. Se você quer entrar em redes sociais, por exemplo, é necessário usar a versão ultrapassada do Microsoft Edge, que ainda não foi atualizado para Xbox e não funciona com mouse.
Para quem é streamer, o console permite realizar transmissões diretamente para a Twitch e funciona com qualquer webcam ou microfone via USB. Basta plugar e sair utilizando. É importante ressaltar, porém, que a interface não conta com muitas opções para personalizar a transmissão.
Ou seja, o Xbox Series S é um baita custo-benefício para quem pretende JOGAR. Se você quer ir além dos games ou precisa de uma máquina para trabalhar, o ideal ainda é comprar um PC. Porém, como os preços não estão nada amigáveis, os consoles ficam cada vez mais interessantes para quem simplesmente quer sentar no sofá e bater uma partidinha.
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