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Call of Duty Modern Warfare 3 aposta em nostalgia, mas peca em conteúdo

Confira a nossa análise da campanha do novo Call of Duty!

Dentre todas as linhas de games seguidas pela Activision nos 20 anos de Call of Duty, Modern Warfare certamente é uma das mais famosas e nostálgicas. Seja pelos jogo originais ou por Modern Warfare de 2019, que consolidou a primeira versão de Warzone, o nome “MW” carrega um peso importante e imponente dentro da franquia, que é uma das mais populares no mundo dos jogos.

Em 2023, a gigante dos games aposta em um reboot de Call of Duty Modern Warfare 3, mas seguindo um caminho bem diferente do jogo original. O novo título chega apenas um ano depois de seu antecessor, compartilhando muitas características técnicas.

O lançamento completo do game acontece no dia 10 de novembro, quando teremos a liberação do multiplayer e do modo zumbis em mundo aberto, além de uma futura integração de MW3 com Warzone. O Jornal dos Jogos obteve acesso antecipado à campanha do game, cortesia de uma chave fornecida pela Activision Brasil para Xbox Series X.

Jogo: Call of Duty Modern Warfare 3
Lançamento: 10/11/2023
Plataforma de teste:
Xbox Series S
Tempo de teste: 5 horas

Preço: A partir de R$ 299.

Enquanto curtimos a história entregue nos outros dois jogos, aqui as coisas ficaram bem nebulosas. A empresa apostou alto na nostalgia em sua curta campanha, mas acabou pecando em inovação e conteúdo.

Uma campanha curta, mas cheia de nostalgia

Nostalgia é uma palavra que define bem os melhores momentos da curta campanha single-player de Call of Duty Modern Warfare 3. O jogo tenta gerar sentimentos no jogador ao trazer personagens clássicos da franquia MW, como o vilão Marakov, e continuar a história de personagens importantes do reboot, como Farah, Ghost e Price.

Durante a breve jornada no game, temos lampejos do passado de Call of Duty, principalmente de suas versões mais. Além de uma versão “repaginada” da polêmica missão No Russian, temos um passeio no passado de Verdansk, o mapa que foi casa da primeira versão de Warzone.

O jogo conta com uma missão ao estilo “No Russian”.

Para quem passou horas e horas no battle royale em seu auge, a campanha certamente trará alguns toques de nostalgia. Durante algumas das missões, podemos saber um pouco mais da história do local e seu passado, o que certamente vai agradar quem pulou em Verdansk por meses e meses.

No entanto, o brilho da campanha acaba por aí. Os estúdios da Activision claramente não dedicaram tanto tempo para a campanha em MW3, o que acabou fazendo com que várias oportunidades interessantes fossem perdidas.

Missões breves e reciclagens

Com 15 missões disponíveis, o jogo foi concluído por aqui em cerca de 5 horas, no modo normal. A rápida jornada ocorre porque grande parte das missões “cinematográficas” acabam sendo curtinhas.

Com isso, várias das missões que geram um sentimento de nostalgia e esplendor acabam passando muito rápido. Exemplo disso é “A Passageira”, a nova missão polêmica que chega para ser a nova No Russian: a experiência foi tão rápida que quase parecia um teaser para o próximo desafio.

Para compensar as missões cinematográficas curtas, MW3 apostou em mecânicas de “mundo aberto”. Consideradas uma revolução pelo estúdio, a novidade acabou sendo implementada de uma forma que pareceu preguiçosa.

COD MW3 permite voar pelos céus de Verdansk mais uma vez, mas peca no “mundo aberto.

As fases abertas colocam o jogador em um pequeno mapa que pode ser explorado de diferentes formas, com inimigos espalhados e caixas que permitem coletar armamentos e coletes. O jogador pode até montar um loadout com tudo que encontra pelo caminho e, caso rejogue ou morra, pode escolher quais equipamentos utilizar.

No fim das contas, a experiência lembra bastante o que temos no modo DMZ de Warzone, mas sem o fator multiplayer. As missões de mundo aberto basicamente colocam o jogador para cumprir pequenos objetivos enquanto está cercado por bots.

Oportunidades perdidas

Call of Duty Modern Warfare até consegue divertir e gerar certa emoção com suas missões curtas e, eventualmente, recicladas. No entanto, em sua curta campanha, o que realmente fica evidente é que o jogo acaba sendo uma grande oportunidade perdida.

Assim como ocorreu com outros grandes lançamentos da empresa, Modern Warfare 3 claramente podia ter ficado de molho por mais um ano, no mínimo. Assim, os times da Activision teriam tempo para investir em uma campanha de qualidade e inovações de peso, tanto para o single-player quanto multiplayer.

COD: MW3 perdeu a chance de ser um jogo grandioso.

O novo MW3 chega com uma decepção em um momento perfeito para não decepcionar. A franquia completou 20 anos em 2023 e deixou sua independência de lado, já que agora faz parte da Microsoft.

Considerando o peso do nome Modern Warfare 3 e todo o fator histórico acima, além da qualidade dos jogos anteriores da saga, estávamos esperando por aqui um game, no mínimo, grandioso vindo da Activision em 2023. Uma pena que não recebemos isso no modo single-player.

Agora, resta aguardar pelo multiplayer, que será lançado dia 10 e testado futuramente aqui no Jornal dos Jogos. No momento, só podemos dizer que pagar R$ 300 por essa campanha definitivamente não vale a pena. Se você só quer saber da história, a dica é esperar o jogo entrar no Game Pass a partir do ano que vem.

Por Mateus Mognon

Jornalista formado na UFSC e criador do Jornal dos Jogos, veículo que reúne as principais notícias de games com curadoria e aquele "jeito moleque" de escrever.