Quando a PlayStation apresentou o jogo Concord, muita gente ficou com um pé atrás com o título. O sentimento também foi o mesmo durante o teste beta do game, que aconteceram na metade do mês de julho.
Agora, após o lançamento em 23 de agosto, o sentimento segue o mesmo na cabeça de muitos jogadores. O título focado em multiplayer estreou com um pico abaixo dos 700 jogadores na Steam e não ganhou muito destaque na PS Store.
Isso acabou gerando preocupações, já que Concord é um jogo focado no online e que depende de uma comunidade ativa para permanecer vivo — seguindo passos de jogos como Overwatch, Paladins e Valorant, por exemplo.
Com esses desafios logo de cara, ainda existe chance para Concord? Devo deixar o jogo no meu radar? Confira nossa análise com o game no PC e PS5 para descobrir mais detalhes.
Um jogo online de R$ 200 que demorou oito anos para ser feito
Uma declaração de um desenvolvedor da Firewalk Studios pode explicar o motivo para Concord ter gerado tanto destempero na mente de muitos jogadores. Segundo Jon Weisnewski, que trabalhou no design dos personagens, a empresa está trabalhando no projeto há oito anos.
Concord é um jogo online do gênero Hero Shooter, com personagens trazendo visuais e habilidades únicas, focado no embate de duas equipes de cinco jogadores. O título chegou tanto no PC quanto nos consoles custando R$ 200, preço que é justificado pela desenvolvedora com o fato de que o título não possui microtransações.
Se você achou toda essa descrição bem familiar, possivelmente é por causa de Overwatch. O icônico jogo da Blizzard chegou ao mercado com práticas bem similares lá em 2016, justamente oito anos atrás. Enquanto o conceito e as ideias aplicadas pela Firewalk são bastante nobres, principalmente a ideia de um jogo online sem microtransações, o mercado acabou mudando muito nos últimos anos.
Concord tem ótimas ideias para seu universo
Baseado em um universo de ficção científica inédito, e que aparecerá até em uma série, Concord é “protagonizado” pelos freegunners, que são foras da lei que participam de batalhas no espaço. No lançamento, o jogo traz 16 personagens únicos, além de 8 variações para alguns deles.
O esquema de habilidades é parecido com o que já vimos em jogos como Overwatch e Paladins. Cada um dos freegunners possui skills próprias e que auxiliam o time durante as batalhas. Aqui, destaco também o visual dos personagens, que é bastante único e diferenciado — uma das coisas que mais chama a atenção no game.
Os cenários dos 12 mapas também são bem construídos e trazem gráficos bonitos, apesar de não saírem muito do comum da temática espacial. Os espaços são bem abertos e verticais, trazendo alguns cantos que não podem ser explorados e deixam questões de o que realmente aconteceu nesse mundo.
Vale destacar, também, o mapa interativo que existe no menu do jogo, trazendo histórias sobre planetas e todo o universo em que o gameplay se passa — mas tudo em letras miúdas, infelizmente. No entanto, grande parte dessa lore não é explorada durante o jogo: os personagens não conversam entre si durante as partidas sobre suas histórias, e as cutscenes que aparecem sempre são iguais.
A Firewalk Studios prometeu que trará atualizações para o jogo futuramente, onde eu espero ver esse tipo de história sendo abordada com mais atenção. No entanto, para isso acontecer, o gameplay claramente precisa evoluir para garantir a atenção dos jogadores.
Gameplay sólido, mas sem muitas novidades
Quando o assunto é jogabilidade, Concord faz o “feijão com arroz” dos hero shooters muito bem. É divertido jogar com os freegunners e ir descobrindo suas habilidades, enquanto algumas coisinhas como recarga de especiais via kills e pulo duplo garantem bastante dinamismo para o gameplay.
No entanto, somente isso não garante “inovação” suficiente para o jogo se destacar em um mercado bastante competitivo e repleto de jogos grátis. Em seu lançamento, Concord traz apenas seis modos de jogo, com três deles sendo basicamente de treinamento, enquanto os outros três são variações clássicas de multiplayers de equipe.
A baixa adesão do público também acaba dificultando encontrar partidas no jogo em alguns momentos. Graças a isso, não dá para defender gastar R$ 200 em um game online que não alcança todo seu potencial, nem convencer amigos a entrarem nesse barco para deixar a experiência mais divertida.
Vale a pena jogar Concord? A dica é esperar
Enquanto o time da Firewalk claramente colocou esmero ao fazer certas partes de Concord, é fato que o jogo precisa ir muito além do que o entregue no lançamento para sobreviver no mercado atual. Concord possui uma base boa, mas não justifica seu preço de R$ 200, pelo menos por enquanto.
Overwatch acabou quebrando a bolha, lá em 2016, ao revolucionar o gênero e trazer personagens carismáticos, com belas animações no YouTube, bem como interações in-game, que garantiam apego dos jogadores. Concord acaba pecando feio nesse quesito, pois não dá muitos motivos para o usuário entrar todos os dias e passar horas valiosas em seu gameplay.
Concord funciona, mas não te dá muitos motivos para continuar jogando.
Vivemos em um mundo onde você pode comprar sua skin favorita no Fortnite a qualquer momento, além de jogar de graça em qualquer dispositivo com os amigos. Além disso, temos jogos promissores como Deadlock e Marvel Rivals chegando ao mercado de graça, em breve. Com isso, fica difícil justificar a compra de Concord como espaço online de interação e também como jogo.
A esperança é que tanto a PlayStation quanto a Firewalk ouçam os feedbacks do público e deem um redirecionamento para o jogo, incluindo conteúdos que mantenham o público atual e conquistem novos jogadores. Caso contrário, a tendência é que o game, infelizmente, acabe caindo no esquecimento.
Concord está disponível para jogar no PC e PS5. Uma key do jogo para cada plataforma foi cedida pela PlayStation para a realização desta review.
Mande um Pix pro Jornal!
Gostou do conteúdo? Faça como o nosso leitor Welber Batista e mande um Pix para o Jornal! Use o nosso e-mail como chave: [email protected]! Você também pode incluir uma mensagem para aparecer na nossa newsletter, que sai toda segunda-feira.