Há cerca de um ano, a newsletter do Jornal dos Jogos debatia algo que parecia inimaginável: o fim da pirataria no PC. O texto feito na época, disponível em sua versão recente aqui, contava as peripécias do Denuvo, o software que conseguiu deixar Mortal Kombat 11 longe dos torrents por meses.
O ano de 2020 chegou e a tendência continuou: o jogo de luta da NetherRealm ficou mais de um ano sem ganhar uma versão pirata, mas isso acabou mudando recentemente. Após 542 dias, um grupo chamado Empress conseguiu crackear o game, segundo informa o site de mapeamento de jogos CrackWatch.
Além do Denuvo ter levado um tombo, outro grande acontecimento gerou burburinhos no mundo dos games do PC: nesta semana, Red Dead Redemption 2 teve sua segurança quebrada e, após 352 dias longe da pirataria, acabou ganhando uma versão para ser distribuída nos torrents. O CrackWatch também lista o grupo chamado Empress como responsável pela façanha.
Mesmo com queda, DRMs cumpriram sua missão
Como os comentários no Crackwatch mostram, a notícia de que os jogos foram pirateados deixou algumas pessoas bem felizes. Porém, mesmo com a queda do Denuvo e a solução antipirataria (DRM) da Rockstar, é importante ressaltar que as tecnologias cumpriram seus papéis.
Mortal Kombat 11 já vendeu mais de oito milhões de unidades desde seu lançamento no ano passado. Segundo estimativas do Steam Spy, a versão de PC teve pelo menos um milhão de cópias comercializadas na loja da Valve.
Durante os 542 dias longe da pirataria, o game também recebeu diversos conteúdos extras em forma de DLCs, além da expansão Aftermath. Pouco tempo antes de o jogo ser violado, a NetherRealm ainda anunciou o novo pacote Mortal Kombat 11 Ultimate.
Em Red Dead Redemption 2, o caso também é similar. O SteamSpy aponta vendas na casa das cinco milhões cópias na Steam, sem contar números da Epic Game Store e o Rockstar Launcher. Detalhe: o título custa mais de R$ 200 em todas as plataformas.
Além disso, a Rockstar tem investido cada vez mais na parte online de seus jogos, vide GTA V. Logo, ao baixar a versão pirata, o jogador perde o modo multiplayer e os conteúdos de atualizações que chegam ao game.
Denuvo ainda viverá?
Apesar de ter sido violado, o Denuvo cumpriu o seu trabalho. Como explicamos lá no ano passado, o objetivo do serviço não é deixar o jogo imune à pirataria, mas garantir uma janela de lançamento longe dos crackers. Mesmo sendo violada, a solução conseguiu manter Mortal Kombat 11 por cerca de um ano e meio livre de pirataria, o que dá pra gente considerar uma bela “janela de lançamento”.
O Denuvo conseguiu uma “janela de lançamento sem pirataria” de quase um ano e meio para Mortal Kombat 11
Nesse sentido, as grandes empresas de games possivelmente continuarão usando o Denuvo, o que não é uma boa notícia no quadro geral. Apesar de evitar a pirataria, a tecnologia recebe críticas de jogadores e até certos desenvolvedores por causa de seus problemas.
Para deixar bem claro, o Jornal dos Jogos é totalmente contra a pirataria, mas precisamos abordar o outro lado da moeda. As soluções de DRM costumam pesar no desempenho no PC e o Denuvo é constantemente criticado por pegar pesado no consumo de performance. Até mesmo a desenvolvedora de Shadow Warrior já se mostrou contra a solução. Em, 2016 um funcionário da Flying Wild Hog Studio disse que o uso de ferramentas do tipo apenas pioram a experiência para quem compra o jogo.
Nesse cenário cheio de polêmicas, o que podemos concluir é que apenas mais um capítulo da novela “Denuvo” acabou em outubro de 2020. Ou seja, possivelmente ainda ouviremos falar muito da tecnologia.
Mortal Kombat 11 Ultimate Edition chega em 17 de novembro no PC e consoles. Red Dead Red Redemption 2 está em promoção na Epic Games Store e a compra sai por até R$ 120 com um cupom de desconto.