O Nvidia GeForce RTX Game On apresentou boas novidades para a indústria, tanto na parte de hardware quanto para games. Entre as GPUs, a fabricante complementou a linha RTX 3000 com a GeForce RTX 3060 — curiosamente com 12 GB de VRAM, e revelou os notebooks equipados com a série RTX 30 — com alguns extras nessa parte.
Já no departamento de games, a fabricante liderada por Jensen Huang apresentou trailers de jogos que contarão com tecnologias exclusivas da Nvidia — como F.I.S.T e Five Nights at Freddy’s com Ray: Security Breach. Por fim, a empresa também mostrou que Call of Duty: Warzone receberá DLSS, uma ótima notícia para quem já é dono de uma RTX.
Tudo durou cerca de 40 minutos ou um pouco mais. Os palpites da mídia especializada se mostraram parcialmente certos: não houve GeForce RTX 3080 Ti — o que foi uma coisa boa, de certa forma. Por outro lado, os notebooks gamers com RTX e a aguardada RTX 3060 deram as caras.
A pequena e parruda RTX 3060
Há meses especulava-se nas redes sobre a chegada da GeForce RTX 3060. A apresentação deu poucos detalhes sobre a placa e demonstrações de performance para feitos de comparação com modelos da série RTX 20 ou de suas irmãs da série RTX 30, então o que resta são apenas palpites.
A placa foi apresentada como “sucessora espiritual” da GeForce GTX 1060, a placa intermediária da arquitetura Pascal que tanto faz sucesso com a comunidade do PC, como pontuamos nesse artigo, já que busca oferecer um balanço convidativo entre custo, benefício e longevidade.
Essa característica, no entanto, só vingará dentro de alguns meses (ou anos) e somente se a comunidade comprar a proposta. Atualmente, o mundo ainda vive as consequências da pandemia e os impactos dessa crise sanitária nas linhas de produção de várias indústrias — incluindo a de hardware. No nosso caso, o resultado é a absurda escassez de produtos nas prateleiras, a ação impetuosa de scalpers*, e valores altíssimos em varejistas nacionais, considerando que encaramos uma alta do dólar sem precedentes e graves problemas de logística.
Nvidia GeForce RTX 3060 (Founders Edition)
- Chip gráfico: GA106;
- Arquitetura Ampere de 8 nm;
- 12 GB de VRAM GDDR6;
- Frequência base: 1320 MHz;
- Frequência em boost: 1777 MHz;
- Interface de memória: 192-bit;
- Largura de banda: 360 GB/s;
- TDP: 170W (fonte recomendada de 450W), conector customizado de 12 pinos;
(veja mais informações no site TechPowerUp).
Diferente da sua versão mais poderosa, a RTX 3060 Ti, lançada anteriormente, a RTX 3060 conta com 12 GB de memória de vídeo e isso pegou os espectadores de surpresa. Ainda assim, foi-se o tempo que placas de vídeo eram comparadas somente pela capacidade de suas memórias.
Entenda: a memória de vídeo é um dos elementos importantes para garantir performance de uma placa — mas não o único. De longe, o mais importante deles é o chip gráfico (nesse caso, o GA106), mas sem uma memória farta (e rápida), pouco a GPU pode fazer para renderizar texturas complexas para 4K.
Sendo assim, eliminamos o mito de que ela é superior à RTX 3060 Ti.
“Por que 12 GB de VRAM?”
Segundo Alexandre Ziebert, integrante do marketing técnico da Nvidia no Brasil, os 12 GB se dão pelo barramento de memória de 192-bit. O GA106 é um chip eficiente o bastante para entregar performance estável em 4K, mas a resolução é grande demais para uma GPU de apenas 6 GB de memória; então, foi necessário um ajuste.
O barramento de memória de 192-bits implica que a placa seja preenchida com 6 GB ou 12 GB de VRAM, graças a natureza dos chips de memória que compõem o PCB. Considerando que a 6 GB seriam insuficientes para um chip gráfico desse porte, a Nvidia optou pelo tamanho maior e recheou a placa com 12 GB de VRAM.
Em outros modelos, como na RTX 3060 Ti, a interface de memória de 256-bit trazem maior velocidade e possibilitam a implementação de 8 ou 16 GB de VRAM — 16 seria um exagero para o chip, por isso a empresa optou por apenas 8 GB. Na 3080, com a interface de 320-bit, pode-se escolher entre 10 GB ou 20 GB de VRAM, e a Nvidia optou novamente pela menor quantidade.
A expectativa é que a placa de vídeo chegue ao mercado com uma performance equivalente ou superior a uma GeForce RTX 2070 Super. O lançamento no exterior está marcado para fevereiro e será vendida por US$ 329. Não há previsão de chegada ou valor sugerido para comercialização no Brasil — tampouco se existirão placas para todos os interessados.
Notebook gamer com RTX 3000
Ao lado do lançamento da irmãzinha menor da série RTX 30 para desktop, foram também apresentados notebooks gamer equipados com as mais recentes GPUs Nvidia. A marca destacou alguns modelos para a apresentação e afirmou de “boca cheia” que notebooks com RTX 3060 são 1,3 vezes mais poderosos que o PlayStation 5, prometendo performance suficiente para entregar 90 quadros no ultra 1080p em média.
Modelos de notebooks equipados com placas RTX 3070 e 3080 também foram apresentados, prometendo 90 e 144 quadros por segundo na resolução quadHD. Os valores são estratosféricos: notebooks com RTX 3060 saem a partir de US$ 999, com RTX 3070 com US$ 1299 e RTX 3080 com US$ 1999. Não há informações sobre disponibilidade ou preço no Brasil — mas não tenha dúvida de que serão produtos para poucos.
Resizable-BAR nas RTX 30
Resizable-BAR (ou “BAR Redimensionável”, em tradução livre) é uma funcionalidade do PCI Express promete melhorar a performance em games. Trata-se de um aprimoramento na transmissão de dados entre o CPU e a GPU, permitindo que o processador tenha acesso total à VRAM da placa gráfica dedicada e faça seu show.
Na teoria, os elementos renderizados pela GPU deixam de ser levados à CPU em pipeline e possam ser acessadas de forma simultânea. Essa melhoria ocorre totalmente nos bastidores, mas espera-se que a tecnologia reduza o tempo de carregamento de games e elementos na tela.
A novidade vem por meio de atualizações de VBIOS das RTX 30 já existentes e já estará presente nas placas fabricadas que serão lançadas em março. Os notebooks apresentados no evento já terão Resizable-BAR de fábrica.
Scalpers são pessoas que aproveitam da alta demanda por algum dispositivo eletrônico para adquirir quantidades exageradas e revendê-las por valores abusivos em mercados secundários.