Lançado pela 11 Bit Studios em 2018, o jogo Frostpunk pegou muitos fãs do gênero de estratégia de surpresa. Trazendo um gameplay formidável e uma ambientação gelada, o título coloca os jogadores para sobreviver na última cidade da Terra, após um evento climático que congela o globo.
A produção dos criadores de This War of Mine conquistou um público com sua temática única e gameplay envolvente de “controle de sociedade”, o que garantiu ao estúdio a chance de fazer uma sequência. Já disponível no PC, Frostpunk 2 promete oferecer uma experiência ainda maior e melhor que seu antecessor.
Mas o projeto da 11 Bit Studios consegue entregar novidades ou é mais do mesmo? Confira mais detalhes sobre o game na review do Jornal dos Jogos, produzida por mim, Ramon Félix, com uma cópia cedida pela desenvolvedora.
Gameplay
Antes de mais nada, já vamos adiantar: Frostpunk 2 não é uma sequência comum como muitas que vemos em outros jogos, que às vezes mais se assemelham a simples DLCs. O jogo da 11 Bit Studios pega os elementos do primeiro Frostpunk — sua lore, suas ideias — e os aprimora, trazendo uma estética estilosa e um novo estilo de gameplay que vai além da mera sobrevivência.
O jogo te obriga a fazer escolhas difíceis e concessões constantes para garantir a evolução e o progresso. Aqui, o jogo brilha ainda mais que o primeiro título da franquia, elevando a experiência de gerenciamento da sociedade movida à vapor.
O game traz, em seu lançamento, dois modos: um modo infinito, chamado “Construtor de Utopia”, e a clássica campanha, dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo serve como introdução às mecânicas do jogo. Em seguida, assumimos o controle de Nova Londres, 30 anos após os eventos apocalípticos que nos levaram à luta pela sobrevivência no gelo.
Cidade maior e facções
A jogabilidade é bem diferente da do primeiro jogo, já que começamos com uma grande cidade para administrar e evoluir enquanto cumprimos os objetivos específicos de cada capítulo. Uma adição importante em Frostpunk 2 são as facções, que representam grupos políticos com diferentes objetivos.
Esses grupos podem ser conservadores ou progressistas, com ideologias e opiniões diversas sobre o rumo da cidade. Parte da nossa responsabilidade é atender às expectativas dessas facções, seja por meio de concessões, apoios ou sabendo quando influenciar uma facção sobre outra, especialmente em pesquisas e votações de leis.
Manter o equilíbrio entre esses grupos é essencial para governar a cidade com tranquilidade — ao menos até certo ponto. Assim, o gameplay fica bem diversificado e diferenciado da experiência original.
Gráficos espetaculares
Sabemos que as tecnologias avançaram e os jogos estão cada vez mais deslumbrantes, com gráficos incríveis. No entanto, o gênero RTS parecia não ter acompanhado esse avanço até Cities Skylines II, que, apesar de ser visualmente magnífico, chegou com problemas de performance.
Frostpunk 2 se destaca por ser mais equilibrado em termos de desempenho, entregando uma qualidade gráfica espetacular. É, sem dúvida, o RTS com os melhores gráficos que já vi.
A 11 Bit Studios elevou ainda mais a qualidade visual do primeiro jogo da série, o que é um grande feito, considerando que o original já era muito bonito. Isso só foi possível graças ao uso intensivo das tecnologias da Unreal Engine, que entrega um resultado otimizado e belo no game.
O jogo, inclusive, não é tão pesado de rodar, como é possível ver nos requisitos mínimos e recomendados:
Requisitos Mínimos
- Sistema: Windows 10/11 (64-bit)
- Processador: AMD Ryzen 5 / Intel Core i5 2.5 GHz
- Memória: 8 GB de RAM
- Placa de vídeo: AMD RX 550 4 GB VRAM / NVIDIA GTX 1050Ti 4 GB VRAM / INTEL ARC A310 4GB VRAM
- DirectX: Versão 12
- Armazenamento: 30 GB de espaço disponível em SSD
Requisitos Recomendados
- Sistema: Windows 10/11 (64-bit)
- Processador: AMD Ryzen 7 / Intel Core i7 2.8 GHz
- Memória: 16 GB de RAM
- Placa de vídeo: AMD RX 5700 8 GB VRAM / NVIDIA 2060 Super RTX 8 GB VRAM / INTEL ARC A770 8GB VRAM
- DirectX: Versão 12
- Armazenamento: 30 GB de espaço disponível em SSD
Além de sua excelência técnica, o jogo possui um estilo artístico muito refinado. Tudo tem um tom moderno, com a incorporação de elementos steampunk, desde o design dos diálogos até os cenários. No fim das contas, tudo é visualmente impressionante, fazendo o jogo ter um visual tão único quanto a sua proposta.
Pequenos incômodos e uma escolha questionável
Durante minha experiência testando apenas o modo campanha, não encontrei nenhum bug sério ou travamento que exigisse reiniciar o jogo. O problema mais significativo que observei foi a tradução incorreta de alguns textos, que exibiam expressões diferentes do que deveria estar escrito.
Ainda assim, é importante ressaltar como ponto positivo que o jogo possui localização em português, o que é essencial para um título desse porte fazer sucesso no nosso país. Afinal, com tantas mecânicas e funções, é essencial que o público entenda o que está acontecendo.
Por outro lado, acho que utilizar um capítulo da história como uma espécie de tutorial não é ideal. Seria mais interessante ter uma fase separada, com um tutorial exclusivo e mais detalhado do que o primeiro capítulo. Embora o jogo não mencione explicitamente que se trata de um tutorial, fica claro que é uma introdução superficial ao que nos aguarda nos capítulos seguintes.
Frostpunk 2 vale a pena?
Frostpunk 2 é como vemos em algumas franquias de filmes de ação nos cinemas: uma sequência que adota a fórmula do “mais e maior”. No entanto, isso não acontece apenas inflando o jogo com mecânicas inúteis e capítulos desinteressantes.
A sequência traz gráficos aprimorados, uma história mais profunda e a introdução das facções que revitalizam o aspecto diplomático do jogo. Além disso, o game traz mais opções de ajuste de dificuldade, agradando tanto aos veteranos do título original de 2018 quanto aos novatos — embora, mesmo na menor dificuldade, ainda apresente desafios. Afinal, esse é o cerne de Frostpunk: um jogo de sobrevivência em que o fracasso é parte natural da experiência.
O jogo também já tem três expansões anunciadas e, no lançamento, vem com uma ferramenta robusta de criação de mods para a comunidade. O preço de R$ 119,95 é justo para o conteúdo oferecido e o jogo também está disponível no PC Game Pass no lançamento. Acredito que vale a pena dar uma chance, desde que você tenha paciência para aprender.
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