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Dying Light 2: como está o game em ultrawide?

O jogo não conta com suporte pleno para a proporção cinematográfica, mas já existe uma correção para isso

Errar é humano, e Dying Light 2: Stay Human chegou provando isso para os jogadores. O jogo de zumbis estreou no mercado com bugs e rendeu polêmicas por causa de seu desempenho, principalmente nos consoles, mas a desenvolvedora Techland já prometeu que está trabalhando em melhorias para o game.

Aqui no Jornal dos Jogos, recebemos uma key de testes do pessoal da Theo Games e olhamos um aspecto exclusivo do PC que não costuma ganhar muita atenção: a resolução ultrawide. A proporção cinematográfica já caiu nas graças de desenvolvedoras como a própria PlayStation Studios no computador, mas acaba chegando com algumas limitações em Dying Light 2.

Confira, abaixo, nossas impressões com o game rodando em ultrawide, além de uma solução que pode melhorar a experiência com o game. Veja a máquina que foi utilizada para os testes:

  • CPU: AMD Ryzen 5 3600 de seis núcleos e 12 threads
  • GPU: Nvidia GeForce RTX 3070 Ti Founders Edition
  • Placa-mãe: Gigabyte B450 Aorus Pro WiFi
  • Memória: 16 GB de RAM Patriot RGB de 3.000 MHz
  • Armazenamento: SSD Corsair MP500 480 GB
  • Monitor: LG 29WK600 Ultrawide de 29 polegadas com proporção 21:9 e 75 Hz (compre aqui)

Como tirar as barras pretas das cutscenes?

Apesar das altas espectativas e o sucesso de Dying Light 2 no PC, o jogo acaba deixando um pouco a desejar no suporte para ultrawide nos computadores. Se você tem um monitor na proporção 21:9, conseguirá aproveitar a imersão extra durante o gameplay, mas isso não acontece nas cenas da história.

Mesmo com tudo sendo renderizado com os gráficos in-game, a Techland optou por adotar barras que deixam as cutscenes de Dying Light 2 no formato widescreen, sem aproveitar o potencial de telas maiores no PC. A empresa possivelmente fez isso para padronizar a experiência de gameplay com consoles e monitores convencionais, o que não foi um acerto.

Como o gameplay e as cutscenes são renderizados praticamente sem cortes, a comunidade não teve dificuldades em consertar as barras que impedem a visualização de cenas em ultrawide de Dying Light 2. O Jornal testou o fix por aqui e o resultado é deslumbrante.

Assim como acontece em jogos como Horizon Zero Dawn, a barra escura simplesmente é retirada do caminho com o patch. Assim, o jogador pode ver as cenas com mais profundidade e até elementos que acabam ficando de fora do “enquadremento” original. Enquanto alguns bugs podem surgir, a experiência final acaba compensando; veja como usar:

Instalação

  • Baixe o programa Flawless Widescreen neste link;
  • Após a instalação, abra o software e busque por Dying Light 2: Stay Human no programa;
  • Clique no nome do game, ative as opções e espere a breve instalação ser concluída;
  • Abra Dying Light 2 e confira se a melhoria foi aplicada. Caso contrário, volte no nome do game no Flawless;
  • Widescreen e instale novamente o plugin.

Como é jogar Dying Light 2 em ultrawide no PC?

Na hora de jogar, o espaço extra de tela pode fazer a diferença. Felizmente, a desenvolvedora seguiu um caminho diferente das custscenes na hora do gameplay e trouxe uma boa implementação da resolução ultrawide em 21:9.

A imagem de Dying Light 2 não é esticada e fica plenamente adaptada ao ultrawide durante o gameplay. Com isso, o jogador tem uma visão maior do mapa, o que permite ver mais inimigos e explorar melhor o ambiente, por exemplo. O espaço maior de visão ainda garante mais imersão, algo bastante positivo para um jogo com câmera em primeira pessoa.

Dying Light 2 no preset com Ray Tracing e DLSS no modo qualidade

E esse espaço extra vale o desempenho perdido? Durante nossos testes com a RTX 3070 Ti e a CPU Ryzen 5 3600, o uso de ultrawide derrubou a performance em cerca de 20%, com gráficos no preset Ray Tracing em Full HD, em relação ao wide convencional. Como o game está bem pesado com vários efeitos gráficos ativos, habilitar o ultrawide pode acabar derrubando os frames abaixo dos 60 quadros em alguns cenários mais exigentes, mas felizmente existe a possibilidade de usar o DLSS e o FSR.

Dying Light 2 chega ao PC com diversos recursos exclusivos de Ray Tracing, o que acaba dando trabalho para o hardware, mas entregando um visual interessante. Confira o vídeo do Digital Foundry para mais detalhes sobre as tecnologias, que incluem iluminação global, reflexos e sombras

DLSS e FSR em Dying Light 2

Como estamos com uma GPU com suporte para Ray Tracing por aqui, testamos o jogo neste preset com o ultrawide em ação. Neste caso, o uso de tecnologias de pós-processamento se torna essencial para melhorar o framerate e garantir uma experiência com mais frames por segundo.

A Techland disse que ainda precisa melhorar o uso do DLSS no game, porém, mesmo com os problemas inicias, a solução já garante um salto de desempenho interessante em ultrawide. Habilitar a função no modo qualidade, o mais tranquilo entre as opções, já garante um salto de aproximadamente 60% nos frames por segundo.

FSR e DLSS em modo desempenho.

A inteligência artificial da Nvidia também garante gráficos bonitos com a solução em atividade. O DLSS no modo desempenho faz os frames subirem ainda mais, indo de 46 fps para cerca de 90 frames por segundo, e ainda entrega um resultado visual interessante, mesmo em Full HD.

O Fidelity FX Super Resolution também entrega resultados promissores. A ferramenta garante saltos de quadros por segundo ainda maiores que o DLSS em Dying Light 2 em alguns cenários. No entanto, a diferença visual é bastante nítida: a imagem acaba ficando mais borrada com a solução aberta da AMD.

Mesmo com a imagem claramente mais afetada pelo upscaling, o boost extra do FSR pode ser útil para quem não possui uma placa de vídeo RTX, afinal o DLSS precisa de uma GPU com núcleos tensores para funcionar atualmente. Dito isso, vale a pena verificar o seu setup e ver qual a melhor escolha para o seu caso, com o DLSS garantindo melhores imagens e o FSR dando um leve boost a mais nos frames, mas prejudicando o visual de maneira mais perceptível.

Minha dica: se você preza por framerates mais altos, dê preferência aos presets sem ray tracing, pelo menos durante o lançamento, pois o jogo ainda está bastante instável. Outra possibilidade para ter uma experiência mais tranquila e despreocupada é acionar o DLSS/FSR em uma dar marchas mais lentas, travar os frames ou ativar a Sincronização Vertical, o que dá uma folga para o sistema trabalhar e manter tudo funcionando.

Dying Light 2 pode ser comprado no PC via Steam por R$ 249,90. Com dublagem em português brasileiro, o game também está disponível para consoles PlayStation e Xbox, com upgrade gratuito para a nova geração.

Por Mateus Mognon

Jornalista formado na UFSC e criador do Jornal dos Jogos, veículo que reúne as principais notícias de games com curadoria e aquele "jeito moleque" de escrever.