Suicide Squad: Kill the Justice League e Gotham Knights chegarão com jogabilidade cooperativa
Após virar referência no mundo dos joguinhos de heróis single-player com a trilogia Arkham, a Warner Games promete seguir um caminho totalmente diferente no futuro: durante o evento DC FanDome, a empresa apresentou Gotham Knights e Suicide Squad: Kill the Justice League, dois games que tiram um pouco dos holofotes do morcegão e também dão menos ênfase para a experiência de jogar sozinho.
Os dois títulos prometem dar mais espaço para personagens da “série B” da DC Comics, mas que já possuem certo prestígio com o público. Segundo a empresa, os jogos contarão com a qualidade de história e gameplay que os fãs da era Arkham esperam, mas trazendo suporte para multiplayer cooperativo.
Gotham Knights: um mundo sem o Batman
O jogo dos cavaleiros de Gotham é basicamente um game do Batman sem o Batman. Trazendo uma atmosfera que remete à franquia Arkham, o Gotham Knights acontece em um universo original em que Bruce Wayne bateu as botas.
O herói bilionário passa a responsabilidade de cuidar de Gotham, uma cidade nada violenta, para quatro de seus aprendizes: Robin, Batgirl, Capuz Vermelho e Asa Noturna. E é aí que entram os jogadores. Será possível assumir o papel dos vigilantes, sozinho ou em dupla, e descer a porrada em bandidos, incluindo Mr. Freeze.
Como é possível ver no gameplay divulgado pela desenvolvedora Warner Montreal, Gotham Knights é beeem Batman Arkham, mas com algumas mecânicas que puxam para o lado dos RPGs de ação online. Toda a jogabilidade de briga e “poderes” lembra bastante a franquia do morcegão, mas agora você pode jogar toda a campanha de maneira cooperativa — somente via web, nada de multiplayer de sofá.
Esquadrão Suicida: matando o single-player
Uma vibe parecida deve ser aplicada em Suicide Squad: Kill the Justice League. A Warner não liberou prévias de gameplay, mas confirmou que o título chegará com campanha cooperativa “ao nível Arkham” para até quatro jogadores simultâneos. O cenário da jogatina? A cidade de Metrópolis, que se tornará um mapa de mundo aberto.
Segundo mostra o trailer de apresentação, poderemos assumir o controle de Arlequina, Pistoleiro, Tubarão-Rei ou Capitão Bumerangue. Enquanto os moldes da jogabilidade podem ser os mesmos que temos em Gotham Knights, com certeza a atmosfera da história será diferente. O vídeo de apresentação do Esquadrão Suicida traz mais humor e descontração.
Isso não quer dizer que o jogo terá apenas “ritmo de festa”. Como o próprio nome do game indica, o objetivo é matar a Liga da Justiça e o trailer mostra que o Superman tá muito pistola. O alter-ego de Clark Kent desintegra um piloto usando sua visão laser e deve ser o principal antagonista da trama.
O que pode dar certo?
Gotham Knights será lançado para PC e consoles da atual e nova geração no ano que vem. Já Suicide Squad: Kill the Justice League chega em 2022, somente no PS5, Xbox Series X e PC. Ou seja, ambos os projetos vão demorar para chegar, mas já dão pistas sobre o que pode agradar os fãs.
O jogo dos Cavaleiros de Gotham promete um pouco mais de independência do Batman, mas expandindo o universo do morcegão. A Corte das Corujas será a principal ameaça da história, o que pode trazer um arco interessante para o mundo dos games. Não é todo dia que a gente vê o principal personagem da DC “morrendo”, só isso já traz várias possibilidades narrativas.
Já o clima descontraído Esquadrão Suicida vem embalado pela relação entre os personagens carismáticos. O trailer mostra os vilões descendo a porrada como um grupo e deixa até mesmo o Capitão Bumerangue interessante — depois do filme de 2016, tava complicado dar uma chance para essa galera.
Além disso, temos a virada de jogo: além de tomarmos o controle de criminosos, o que já é bastante incomum em games de heróis, o objetivo será caçar os figurões da Liga da Justiça. A premissa é maravilhosa, agora só falta ver a execução.
O que pode dar errado?
Enquanto os conceitos são bem divertidos, também existe bastante espaço para esse trem descarrilhar. A Warner Montreal e a Rocksteady ganharam o coração dos jogadores com projetos focados no single-player e, bem, no Batman. A pegada agora, porém, é bem diferente.
Segundo David Haddad, presidente da Warner Bros. Games, os novos projetos são feitos com uma “nova era de narrativa interativa em mente”, o que pode desagradar jogadores mais conservadores. “Nossa equipe de desenvolvimento tem trabalhado incansavelmente para criar uma experiência nova e profunda no universo Batman da DC”, disse o executivo.
O conceito de “nova era da narrativa interativa” é bastante amplo, mas possivelmente está ligado ao suporte para múltiplos jogadores em uma única história. O padrão de gameplay cooperativo também será utilizado em Avengers, produzido pela Square Enix, que será lançado em setembro de 2020.
Os jogos são feitos com uma
“nova era de narrativa interativa em mente”
Durante meu tempo jogando o beta do game feito pela Crystal Dynamics, consegui me divertir no single-player, mas fica evidente que o foco do projeto, acima de tudo, é ser uma experiência compartilhada. Além disso, Avengetrs conta com diversas mecânicas para mantê-lo como um serviço durante os próximos anos, o que não é bem-visto por alguns jogadores.
A Rocksteady conta com experiência em narrativa para tornar um jogo do tipo interessante. Por outro lado, já vimos a Warner dar bola fora com Middle-Earth: Shadow of War, que chegou com um sistema de microtransações cabuloso e fez feio em seu lançamento.
Com as informações que temos até agora, fica difícil dizer se Suicide Squad e Gotham Knights vão conseguir o prestígio alcançado pelos jogos do Batman. Porém, se a Rocksteady e a Warner Montreal acertarem a mão na maneira em que integram história com single-player/multiplayer, teremos a consolidação de uma nova fase para os games de super-heróis da DC.