Em um clima pró-consumidor, a Nintendo pegou todo mundo de surpresa durante o último Nintendo Direct ao anunciar uma mudança significativa na forma como os jogos digitais do Switch serão gerenciados. Os games adquiridos digitalmente se transformarão em Cartões Virtuais, que podem ser transferidos entre consoles e até mesmo emprestados para outros membros da família.
O recurso promete facilitar a vida de quem tem mais de um Switch em casa e quer alternar entre os aparelhos sem dor de cabeça. Além disso, ainda será possível emprestar jogos para amigos no mesmo grupo de família da conta Nintendo.
Com lançamento previsto para abril, o Virtual Game Card chega como uma solução inovadora preparando terreno para o Switch 2 e sua integração com a biblioteca digital já existente. A seguir, confira mais detalhes sobre como usar a solução nos consoles da Nintendo.
Como funcionam os Cartões Virtuais no Switch?
Os Cartões Virtuais funcionarão como uma versão digital dos tradicionais cartuchos físicos. Quando um jogo digital for adquirido, ele será registrado no sistema do Switch como um cartão virtual, que poderá ser “ejetado” de um console e “carregado” em outro.
Para realizar essa transferência, é necessário que os dois consoles estejam conectados localmente pelo menos uma vez. Depois disso, sempre que for necessário mudar um jogo de aparelho, a única exigência será uma conexão com a internet durante o processo de carregamento e ejeção do game.
Diferentemente do sistema atual de compras digitais, que permite o uso dos jogos por qualquer conta no console principal, mas limita o acesso no secundário, os Cartões Virtuais funcionarão de forma mais flexível, sem restrições no número de contas que podem utilizá-los em um mesmo Switch.
Emprestando jogos digitais: o sonho virou realidade
Uma das maiores reclamações dos jogadores era a impossibilidade de compartilhar jogos digitais com amigos e familiares. Com os Cartões Virtuais, a Nintendo finalmente traz uma solução: os games poderão ser emprestados para membros do grupo familiar da conta Nintendo.
O período de empréstimo será de 14 dias, e ao fim desse prazo, o jogo voltará automaticamente para o console de origem. O recurso terá algumas limitações: cada jogador poderá emprestar apenas um jogo por vez, e apenas um membro do grupo poderá recebê-lo durante o período de empréstimo.
Essa funcionalidade é uma verdadeira mão na roda para quem compartilha a biblioteca de jogos com irmãos, primos ou companheiros de casa. Afinal, pagar R$ 400 em um jogo e não poder dividi-lo nunca foi uma das melhores experiências da vida gamer.
Disponibilidade e impacto na estratégia do Switch 2
O Virtual Game Card será disponibilizado por meio de uma atualização de sistema prevista para o fim de abril. O recurso também será compatível com o Switch 2, o que sugere que a Nintendo já está preparando o terreno para a nova geração de consoles sem abandonar os milhões de jogadores que ainda utilizam o Switch original.
Essa estratégia reforça a intenção da empresa de manter suporte ao console atual por mais tempo, mesmo após o lançamento do Switch 2. O presidente da Nintendo, Shuntaro Furukawa, já afirmou recentemente que o Switch continuará sendo uma plataforma relevante enquanto houver demanda do público.
A implementação do Virtual Game Card mostra que a Nintendo está disposta a flexibilizar seu modelo de distribuição digital, algo que seus concorrentes já fazem de forma mais abrangente. Com essa mudança, a Big N se aproxima do conceito de propriedade digital dos jogos, permitindo que os jogadores movam e compartilhem suas compras de forma mais livre.
O momento para a empresa fazer isso é perfeito, convenhamos. O Switch 1 vendeu nada menos que 140 milhões de cópias e possui três diferentes versões no mercado — padrão, OLED e 100% portátil. Ou seja, mesmo com uma versão mais moderna do produto, os modelos antigos ainda terão um apelo para muitos consumidores.
Com o Switch 2 no horizonte, esse também pode ser apenas o primeiro passo para uma reformulação ainda maior no ecossistema digital da Nintendo. Quem sabe, no futuro, não veremos um sistema de revenda de jogos digitais ou até mesmo um modelo de assinaturas mais flexível? O jeito é esperar o próximo Nintendo Direct para descobrir!