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Call of Duty Modern Warfare 2019 é excelente recomeço da franquia! Veja análise

Campanha de qualidade e multiplayer diversificado fazem deste um dos melhores títulos da série nos últimos anos

Já faz quase uma década desde que não vemos um game de Call of Duty com o sobrenome “Modern Warfare” sendo lançado. Após a Infinity Ward levar sua série literalmente para o espaço e a Activision jogar de forma ousada ao tentar reinventar a franquia com WWII e Black Ops 4, temos agora um título que vai no certo e seguro: em 2019, entra em cena Call of Duty: Modern Warfare, que retorna a franquia para o tema de guerra moderna com uma nova história e, de quebra, ainda marca o retorno de personagens icônicos como Capitão John Price.

Após um COD: Black Ops 4 com zero atenção aos amantes de uma campanha solo, o novo título da aclamada franquia de tiro traz uma história de nível cinematográfico, mas sem esquecer o lado multiplayer. O modo multijogador permanece sendo a principal atração, ganhou novos modos de jogo e traz suporte para cross-play em todas as plataformas. Com tudo isso para oferecer, Call of Duty Modern Warfare já acumula milhões em vendas, mas se você não faz parte da estatística e quer saber como andam as coisas no shooter da Activision, confira nossa análise, feita com a edição de PC do game.

História

Official Call of Duty®: Modern Warfare® – Story Trailer

Apesar de a franquia Call of Duty ter ganhado fama nessa geração com o multiplayer, não dá pra começar a análise do game sem tocar na principal novidade de Modern Warfare: o retorno da campanha solo. Após três anos de produção, o novo jogo da série entrega uma experiência single-player tão bem trabalhada que até podemos perdoar a Activision e a Treyarch pela ausência de uma historinha em Black Ops 4. A narrativa apresentada no título marca não apenas o retorno de personagens icônicos e uma das ambientações que mais rendeu na história da franquia, mas também traz evoluções no jeito da Activision contar histórias de guerra.

A campanha traz uma história de guerra cinemática e visceral

O reboot de Modern Warfare mantém certos padrões da série original e não economiza nas temáticas polêmicas ao abordar as crônicas da guerra moderna. Para começar, o título segue colocando soldados russos e do oriente médio como principais antagonistas. Ou seja, exatamente o que podemos esperar da franquia mais vendida nos Estados Unidos todo ano, inclusive em seus piores momentos. A pegada do novo jogo, porém, está em mostrar que guerras são feitas de tons de cinza e até mesmo os mocinhos acabam vestindo a carapuça de bad guys quando necessário, e você acaba assumindo o manche nessa jornada cheia de sangue.

Sem das spoilers, a campanha do novo Call of Duty é dividida em fases acompanhando o desenrolar de uma guerra cívil no fictício Urziquistão e envolve ditadores russos, um grupo terrorista do oriente médio e armas químicas que podem ser utilizadas para dizimar nações ao redor do mundo. As promessas da Infinity Ward de que teríamos uma campanha bastante impactante foram cumpridas e os gráficos de ponta, aliados às técnicas narrativas influenciadas por estúdios como Nautghy Dog, garantem uma experiência de guerra cinematográfica e visceral.

Squad diversificado

A jornada é protagonizada por Capitão Price, os soldados exemplares Alex e Garrick, e também os dois irmãos Farah e Hadir Karim, que são rebeldes tentando libertar sua terra natal. A diversidade dentro do grupo principal garante diferentes pontos de vista nos conflitos dentro do game, o que permitiu ao estúdio criar níveis polêmicos e, ainda assim, contextualizados dentro da narrativa.

Os soldados padrão da franquia perdem um pouco do palco na história para dar espaço a quem vive na guerra.

Os soldados das forças especiais permitem que o jogador vivencie em primeira pessoa situações como um atentado em Londres e a invasão do esconderijo de um terrorista altamente procurado. Por outro lado, os irmãos Karim oferecem para a experiência o lado de quem vive a guerra no seu quintal, com missões mostrando a resistência improvisada e momentos extremamente críticos, que vão desde ser vítima de tortura até sobreviver a um ataque químico.

Isso garante momentos pesados e cheios de violência, mas que acabam contribuindo para montar a estrutura narrativa e aprofundar os personagens da trama. Até mesmo a polêmica passagem em que o jogador assume o papel de uma criança na guerra não está ali “de graça” e auxilia na construção dos protagonistas. Os roteiristas só acabam perdendo a mão quando caem em certos clichês do mundo da guerra e tecem diálogos que facilmente poderiam ser cortados sem gerar perda para a história.

Jogabilidade que vai além de puxar o gatilho

Mais do que uma história bem feita, a campanha solo de Modern Warfare também capricha na parte da jogabilidade. Além de trazer grandes campos de guerra que vão trazer nostalgia aos jogadores das antigas, a Infinity Ward também embalou umas mecânicas diferenciadas no gameplay do novo COD. E o objetivo da empresa de mostrar os conflitos modernos de mais ângulos de visão acabou pesando positivamente para o jogo.

O gameplay traz certa nostalgia aos fãs de longa data, mas também é recheado de novidades

Enquanto a arte de pressionar o gatilho agrada como sempre, o fato da campanha solo te colocar no lugar de soldados profissionais, rebeldes com poucos recursos e até crianças vítimas da guerra garantem situações bem diferentes durante a jogabilidade. A história até mesmo permite fazer escolhas de diálogos e tomar certas decisões que podem custar vidas para tentar mostrar o peso de carregar uma arma e lutar uma guerra na atualidade.

E mais do que mostrar isso na narrativa, é também possível ver os diferentes aspectos da guerra com o controle em ação. Ao encarar os conflitos com os rebeldes, por exemplo, existem momentos em que o jogador precisa guardar a pistola e se disfarçar de civil para acabar não sendo morto pelas forças inimigas. Um detalhe interessante é que o arsenal da resistência também não é dos melhores e as armas acabam sendo improvisadas. Rola até mesmo um apego emocional com calibres mais fortes durante a história. No caso do Capitão Price e sua turma, por outro lado, o auxílio das autoridades é sentido e temos desde óculos de visão noturna até um laser para conjurar mísseis.

O destaque no meio disso tudo, porém, fica pela atenção aos detalhes, algo que já podia ser visto em jogos anteriores da família MW. A fase em que é necessário incorporar uma criança no meio de um bombardeio químico mostra o peso de um ataque do tipo, do mesmo jeito que ver reféns morrendo pode fazer o coração do jogador pesar durante o gameplay. As paisagens destruídas e com brinquedos espalhados no ambiente de conflito também ajudam a mostrar que antes da destruição já existiu vida ali. Afinal, como já nos ensinava This War of Mine, nem todo mundo na guerra é soldado.

Breve, mas impactante

Mesmo com tantos pontos que merecem louvor, a campanha tem sido intensamente criticada pela sua curta duração, uma vez que é possível acabar tudo em cerca de cinco horas, se você for bom de mira. Apesar de compacta, a história possui fases bem desenhadas que garantem o fator replay para o modo solo, algo considerável se levarmos em conta o grande foco da franquia em multiplayer.

Ainda assim, é meio pesado pagar mais de R$ 200 se você está indo apenas pela história. Inclusive, a narrativa acabou com um baita cliffhanger e a Infinity Ward já confirmou que pretende lançar mais conteúdos para o single-player de Modern Warfare, que tem potencial para evoluir ainda mais em seu modo single-player. Com isso em mente, se você está de olho no título apenas pela campanha solo e não está tão ansioso para revisitar o Capitão Price, quem sabe seja uma boa aguardar um pouquinho para ver o que vem por aí e até esperar uma promoção.

Multiplayer

Call of Duty®: Modern Warfare® | Multiplayer Beta Trailer

Enquanto a campanha principal é uma bela cereja para esse bolo, o multiplayer tradicional é um recheio com certas camadas que não vão agradar todo mundo. Se você já é velho de guerra, então, as chances de rolar alguma desavença durante o modo online são ainda maiores. O motivo? A aposta da Infinity Ward em um gameplay mais voltado para o realismo.

Respira fundo, soldado

Como prometido na apresentação do game, o multiplayer acaba voltando para o “básico” e, com isso, saem as granadas teleguiadas e as habilidades de operadores, entram armas tradicionais e coquetéis molotov. O realismo também foi levado para os mapas do MP tradicional, que agora trazem uma pegada mais tática e apostam bastante na verticalidade e uma movimentação mais lenta e precisa. A mudança vai dificultar a vida de quem gosta de dar a famosa “rushada”, mas respirando fundo e pensando antes de agir, é possível ir pegando o jeito do novo COD.

As mudanças combinam com o modo Realista, que entrega uma experiência imersiva
De uma forma bem resumida, o multiplayer tradicional conta com modos de dominação, mata-mata e bomba, todos com variantes extremas que dificultam a jogabilidade. Apesar de o novo padrão tático ser mais punitivo para quem já está acostumado com o estilo frenético da franquia, a experiência fica interessante com o passar do tempo. As partidas que mais tornam esse novo padrão interessante são as de 20 jogadores, que possuem ambientes mais lotados e, consequentemente, trazem mais ação e opções de jogada. As modalidades com objetivos também obrigam a movimentação, deixando o gameplay mais versátil.

Como adepto da filosofia de pegar a arma e “meter o louco”, todas as minhas decepções com os mapas do MP foram a nível de level design. A presença de construções com várias janelas e ambientes com “cantinhos” que facilitam o esconderijo acabam tornando a experiência bastante “camper-friendly” em algumas situações. Ainda assim, é cedo para dizer que não teremos espaço para mudanças, visto que o jogo ainda está recebendo alguns balanceamentos e receberá novos mapas gratuitamente no futuro, que talvez tragam maior foco na agilidade.

Além disso, a pegada mais tática e focada no realismo tem suas vantagens. Pra começar, as armas estão bem feitas e contam com diversas opções de customização. Na parte de gameplay, a principal adição é o botão de montar, que permite estabilizar a mira ao acoplar a arma em alguma superfície plana, como na parede. A movimentação das portas, que podem ser abertas devagar ou numa pancada, e a importância dos sons também faz a diferença, principalmente no modo chamado Realista, que desliga todas as interações para entregar uma experiência imersiva.

O que ficamos devendo aqui nesta análise são as opiniões sobre fases que utilizam os óculos de visão noturna. Apesar de terem sido bastante comentadas no período pré-lançamento, o conteúdo será lançado de forma separada em um futuro próximo, com uma playlist de mapas própria para quem quiser usufruir do acessório especial.

Atualmente, é possível jogar nos mapas noturnos nas partidas personalizadas, fechando equipes de amigos e com bots. Nesta experiência limitada, já é possível ver a importância do equipamento de Nightvision e da mira laser, que são obrigatórios e trazem uma jogabilidade difernciada nas versões alternativas de níveis populares como Azhir Cave e Hackney Yard.

Novos modos se sobressaem

Além do Multiplayer tradicional, o novo Modern Warfare também conta com dois novos modos de jogo para múltiplos usuários que merecem destaque: o Guerra Terrestre (Ground War) e Atirador (Gunfight). As mecânicas de jogabilidade aplicadas no MP “arroz com feijão” também se aplicam aqui, mas cada um traz formas que conseguem entregar bastante diversão, principalmente em partidas com esquadrão de amigos.

Os modos Guerra Terrestre e Atirador são um ótimo respiro para o multiplayer tradicional

O modo Guerra Terrestre segue a escola “Battlefield” e traz mais de 60 jogadores divididos em dois grupos tentando dominar áreas em um ambiente aberto. Atualmente, o game conta com dois mapas para o Ground War, um que se passa em uma região urbana e outro que tem um ambiente industrial como tema. Apesar das diferenças, o que torna o gameplay cativante é a quantidade de possibilidades e, claro, o caos. Basicamente, é como se várias partidas de Capture a Bandeira do Multiplayer tradicional estivessem acontecendo ao mesmo tempo.

A diferença fica por conta dos prédios altíssimos, que são um ótimo ponto para Snipers, os helicópteros e tanques armados até os dentes. A Inifinity Ward também conseguiu lidar de forma satisfatória com a gigantesca área dos mapas, que possuem pontos bem posicionados e que geram diferentes tipos de embates. As decisões de dividir os jogadores em esquadrões menores e trazer um sistema de ressurgimento dinâmico também são positivas, pois garantem mais agilidade ao jogador na hora de voltar para o tiroteio.

Encarar os mapas imensos do Ground War com amigos é mais divertido. Aproveito aqui para agradecer aos caros agentes Marques, Canjica e Orlando pela força durante as batalhas no multiplayer.

Devido a sua estrutura gigantesca, o modo Guerra Terrestre pode dar algumas dores de cabeça para usuários do PC, já que as texturas podem não carregar de vez em quando e o desempenho dar uma balançada por causa do mapa de tamanho avantajado. Mas nada que algumas otimizadas não resolvam no futuro. Falando em futuro, a Infinity Ward também vai lançar mais mapas gratuitamente para o game e deve trazer mais opções para os jogadores no Ground War.

A grande estrela entre os modos multiplayer, porém, é o modo Atirador. Chamado lá fora de Gunfight, esta modalidade coloca quatro jogadores para duelarem em um ambiente compacto. As armas variam de acordo com os rounds, que tem curta duração. Com um design mais enxuto, os mapas permitem o uso de diferentes estratégias e abrem portas tanto para jogadas táticas quanto para “rushadas”. O conjunto de regras garante que as partidas acabem rapidamente e, se não ocorrerem alongamentos, possibilitando acabar um jogo e sair satisfeito em cerca de 5 a 10 minutos, em alguns casos.

A praticidade do modo acaba facilitando a vida de quem tem uma rotina corrida e de vez em quando só quer dar uns tiros no COD rapidinho. Durante meus testes com o modo, que vem sendo feitos desde a época do beta, a experiência foi divertida tanto com jogadores aleatórios quanto em esquadrão. Assim como os modos multiplayers tradicionais, o Gunfight também tem suporte para a criação de partidas personalizados, o que permite modificar regras e também jogar em esquadrões de quatro pessoas (dois contra dois).

Entre toda a minha experiência em multiplayer no Modern Warfare, de longe o momento mais divertido foi criar uma partida de Atirador customizada com o pessoal que me ajudou durante a análise e tirar um 2×2 totalmente zoado com vidas infinitas. Afinal, mesmo com a veia competitiva tomando conta do cenário, não podemos esquecer que o cerne do multijogador é se divertir com a galera. Pelo menos quando o jogo deixa isso acontecer, o que nem sempre acontece nas missões Cooperativas.

Modo Cooperativo

Enquanto o objetivo da Infinity Ward era transportar os jogadores para os jogos do começo da década no modo campanha, as operações especiais cooperativas, que servem como complemento para a história, conseguiram me levar até 2017, no auge do acesso antecipado de Playerunknown’s Battlegrounds. As missões para até quatro jogadores são divertidas e lembram um pouco da experiência de jogar em squad no battle royale por causa dos mapas com bastante espaço, e que são extremamente mal otimizados e cheios de bugs.

Em uma das situações mais icônicas que vivenciei no modo, a refém que deveria ser colocada no helicóptero durante o resgate ficou presa na frente da aeronave, e a única solução possível foi reiniciar a missão. Para um jogo com selo Activision e que demorou três anos para ficar pronto, é no mínimo decepcionante ver situações como essa acontecendo.

O modo que substitui o Zombies na entrada atual da franquia garante uma série de interações diferentes nas quatro missões em equipe, mas o balancemento durante o período da análise não estava bem calibrado. Ao jogar em um esquadrão de níveis diferentes, o gameplay foi mais puxado e não foi possível concluir nenhuma das missões. Eu só consegui terminar um dos desafios após tentar sozinho, com um grupo de jogadores aleatório encontrado pelo próprio matchmaking do game. Com isso, de todo o cardápio variado e de qualidade presente em Modern Warfare, fica claro que o calcanhar de Aquiles da desenvolvedora foi o Cooperativo.

Vale ressaltar que essa divisão também conta com o modo Operações Clássicas, que coloca ondas de inimigos para lutar contra o grupo em um dos locais presentes na campanha. Enquanto o desempenho técnico é satisfatório, o matchmaking que abre salas populadas apenas por um jogador pode tornar a experiência meio solitária. O modo também não possui suporte para split-screen nos consoles, que permitem partidas em alguns modos multiplayer com a tela dividida. Infelizmente a Infinity Ward seguiu os padrões da franquia e deixou a desejar nos computadores, que não possuem suporte para jogo local.

Crossplay e monetização

Mesmo com as decepções e bastante espaço para melhorar, temos que elogiar o aspecto que torna o multiplayer de Call of Duty Modern Warfare o melhor da franquia até agora: o suporte para cross-play. Com a novidade, jogadores de diferentes plataformas podem se encontrar no multijogador e compartilhar as mesmas salas. O matchmaking separa os usuários com base no input, mas também permite encontar salas em que jogadores com controle podem enfrentar players de mouse e teclado, caso desejado.

A já mencionada ausêcia de um Season Pass para mapas e armas, que serão liberados gratuitamente para todos, também é um grande marco para a franquia. Afinal, manter todos os jogadores no mesmo passo, independente da plataforma ou valor gasto in-game, é uma ótima forma de unir a comunidade e garantir uma sobrevida ao título.

Cada arma tem nível, desbloqueáveis próprios e um sistema de customização com itens cosméticos.

Quanto a monetização, o jogo seguirá os passos de sucessos como Fortnite e vai apostar nos itens cosméticos, que vão desde pinturas para armas até sprays e tags para o multiplayer. A loja não chegou no lançamento do game, mas a promessa é que teremos um sistema transparente e livre de loot boxes. Se isso se cumprir, temos aí mais um passo a frente para a franquia.

A única parte que acaba deixando a desejar no sistema de progressão são as missões do Multiplayer. O sistema de evolução de armas, que conta com uma grande variedade de itens, consegue estimular o jogador a “upar”, mas os desafios acabam ficando escondidos na aba “Quartel”. A falta de uma interface mais intuitiva nesse quesito pode dificultar a vida de quem vai direto pro gameplay e acaba não fuçando nos menus.

Gráficos, Áudio e desempenho

Saindo do gameplay e olhando para a parte técnica, fica claro que a adoção de uma nova engine gráfica para Call of Duty: Modern Warfare foi uma excelente mudança feita pela equipe da Infinity Ward. A desenvolvedora utilizou técnicas como fotogametria para criar ambientes e personagens mais realistas e conseguiu obter sucesso no modo campanha. A qualidade aplicada nas cenas cinemáticas e os ambientes em que a jogabilidade se passa impressionam em comparação ao que temos nos jogos anteriores da franquia.

É de se destacar, também, os detalhes que aparecem tanto no modo história quanto no multiplayer, que ajudam na criação de uma atmosfera de conflito. O game também não decepciona na parte do áudio e entrega uma dublagem de qualidade no idioma original e também em português. A sonorização de armas, tiros e veículos também está impecável. O destaque fica para as aeronaves, que fazem barulhos assuatadoramente realistas.

No multiplayer, a empresa também investiu pesado em um sistema de comunicação espontânea entre os personagens, que avisam e dão localizações aproximadas de inimigos. A técnica funciona bem na maioria do tempo e fazem a diferença no modo Realista, que não traz uma interface de jogo. A exceção fica para o uso de termos obtusos em algumas ocasiões. Afinal, gritar “contato” ou “inimigo aqui” sem mencionar referências não diz muita coisa durante o calor da batalha. Outro ponto que tem gerado problemas são o barulho dos passos, que são tão altos no momento que é possível identificar um inimigo chegando de longe, algo que deve ser modificado em breve.

PC IDEAL para CALL OF DUTY MODERN WARFARE: agora sim rodando lisinho!

Falando especificamente do PC, nossos testes aqui no Adrenaline deixam claro que o jogo ainda precisa de alguns patches para funcionar em algumas máquinas. Apesar das intempéries enfrentadas pelo PC Baratinho do Adrenaline, meu notebook com GTX 1050 Ti e 16 GB de memória RAM conseguiu segurar 60fps com gráficos decentes sem muitas dificuldades. Ainda assim, é possível que o jogador enfrente engasgos durante vídeos da campanha e na hora de “descer” da visão geral do multiplayer mesmo em sistemas mais potentes. São problemas pequenos, mas, para um projeto que está há anos em desenvolvimento e ocupa generosos 130 GB de armazenamento, com certeza são falhas que já poderiam ter sido corrigidas. A necessidade de conexão constante nos computadores também pode irritar os jogadores, já que nem mesmo a campanha pode ser acessada offline.

Conclusão

No geral, Call of Duty Modern Warfare ainda tem espaço pra melhorar, mas já vem com uma base de qualidade e traz evoluções importantes para a série. Afinal, uma campanha single-player de qualidade não faz mal a ninguém, né?! A história poderia ser maior? Com certeza, mas o alto nível de detalhes, a pegada cinematográfica e a abordagem realista de assuntos tensos fazem a jornada valer a pena.

Ainda existe espaço para melhorar, mas o jogo tem uma base sólida e promete um futuro promissor


O modo multijogador chega com a forma clássica que não inclui tantas firulas tecnológicas, mas sua jogabilidade e o design de alguns mapas podem gerar estranheza em quem já está acostumado com a fórmula de tiro, porrada e bomba. Ainda assim, a variedade nos modos de jogo garante diversão, principalmente entre amigos. Como o Modern Warfare não tem Season Pass e futuras adições para o gameplay chegarão gratuitamente, quem comprar o shooter com certeza estará bem servido de conteúdo.

Quando colocado ao lado dos outros jogos da franquia COD, então, Modern Warfare é a experiência que mais vale a pena nos consoles atuais, seja em qualidade quanto em custo-benefício. A dica para quem está com um pé atrás é dar uma segurada na carteira, já que o título ainda precisa de otimizações e correções de bugs, principalmente na versão para PC. As correções estão chegando gradativamente e a Infinity Ward tem sido bastante aberta em ouvir a comunidade, o que é sempre bom para um game focado em multiplayer. Se você não se importa muito com as novidades do Multiplayer e está interessado na história, até vale a pena esperar uma promoção para bancar o soldado ao lado do Capitão Price. Afinal, a campanha até pode ser excelente, mas investir em um produto de preço cheio para aproveitar somente a parte que acaba mais rápido pode ser tão dolorido para sua carteira quanto tomar um headshot de um camper.

Recomenda? Sim!

Prós:

  • Retorno deslumbrante do modo campanha
  • Missões que fogem do tiroteio convencional
  • Narrativa com diferentes pontos de vista na guerra
  • Multiplayer diversificado e que suporta cross-play
  • Novo sistema de progressão com mapas gratuitos
  • Adição dos modos Gunfight e Ground War

Contras:

  • Engasgos em cenas da campanha e multiplayer
  • Modo Cooperativo precisa urgentemente de melhorias
  • Design de mapas “camper-friendly” pode irritar jogadores mais agressivos
  • Bugs na versão de PC (que enventualmente serão corrigidos).

Esta análise foi publicada originalmente em 2 de novembro de 2019 no site Adrenaline por Mateus Mognon. Como o conteúdo está fora do ar por lá, trouxemos ele de volta para a internet aqui no Jornal dos Jogos.

Por Mateus Mognon

Jornalista formado na UFSC e criador do Jornal dos Jogos, veículo que reúne as principais notícias de games com curadoria e aquele "jeito moleque" de escrever.