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Resident Evil 4 Remake consegue superar o original? Veja análise

Após mais de 10 lançamentos e muito amor da comunidade, era de se esperar que a Capcom fizesse uma obra-prima

Desde que vi os primeiros rumores sobre Resident Evil 4 Remake, eu era totalmente contra o projeto. Um jogo que foi relançado mais de 10 vezes, com gameplay relativamente atual e disponível em plataformas atuais, ganhar uma nova edição? Parecia uma ideia terrível, apenas para aproveitar a onda dos remakes na indústria dos jogos.

Eu estava errado. Resident Evil 4 Remake chegou ao Jornal dos Jogos na sexta-feira (24), cortesia da Capcom, e eu não consigo parar de jogar desde que coloquei as mãos no game. 

Jogo: A Ascensão do Ronin
Lançamento: 22/03/2024
Plataforma de teste:
PS5
Preço: R$ 350

Em partes, meu medo estava certo: o cerne do jogo de 2005 continua bastante atual, com toda sua estrutura ainda vivendo na versão remake. A diferença, porém, é que a Capcom conseguiu atualizar uma experiência que já era marcante, aprimorando pontos que mereciam mais atenção e tornando o gameplay ainda mais divertido e viciante.

Tudo isso, no entanto, veio por um preço, com alguns cortes perceptíveis e, claro, o valor de jogo novo. Com isso, fica a dúvida: Resident Evil 4 Remake conseguiu sair da sombra de sua versão original, que é lembrada até hoje?

Uma versão definitiva

Apesar do ceticismo inicial, Resident Evil 4 Remake precisou de apenas alguns minutos para me conquistar. A icônica abertura do jogo, que ganhou uma versão modificada na demo grátis, já mostra como as mudanças no gameplay evoluíram a experiência com o game. A movimentação aprimorada, os novos usos da faca e o seletor de armas garantem ainda mais possibilidades para a jogabilidade que já era viciante lá em 2005.

A história também recebeu um tratamento similar ao gameplay. Enquanto o centro continua o mesmo, a Capcom realizou algumas mudanças pontuais que expandem o universo do game. Após cerca de 12 horas de jogo, minha maior surpresa ficou para o foco extra em Luis Sera, que retorna ainda mais carismático no remake. Até o mercante recebeu melhorias significativas, tornando-se parte ainda mais essencial durante a jornada.

O mercante ganhou mais espaço no remake, trazendo até missões para Leon.

A relação de Ashley e Leon em meio ao caos ainda seguem como grande destaque, ganhando ainda mais profundidade graças aos gráficos renovados do remake. A grande ameaça do jogo, o culto dos Iluminados, também está mais assustador do que nunca graças aos novos visuais.

Neste sentido, Resident Evil 4 Remake faz um bom trabalho. O jogo pega os pontos fortes da versão original e utiliza das tecnologias modernas para trazer polimento e brilho. No final das contas, é justamente isso que a gente espera de um remake: as partes que realmente fizeram o jogo se tornar um sucesso ganhando mais força e mais espaço.

O custo do sucesso

É importante ressaltar, no entanto, que nem tudo do original está ali. A Capcom claramente tentou alcançar um tom mais sério e moderno com o remake de Resident Evil 4 e, para alcançar isso, fez alguns cortes que podem cortar o coração dos fãs das antigas.

Para deixar o jogo menos “cafona”, a empresa tirou da campanha principal, por exemplo, a clássica cena dos lasers. Nesta sequência, Leon faz uma série de movimentos acrobáticos para não ser fatiado, com a grande conclusão sendo um salto mortal para trás e, em seguida, o descanso em um trono vermelho. Além do momento acrobático memorável, a Capcom também sacrificou todos os Quick Time Events (QTE), bastante presentes no original.

Laser Hallway - Resident Evil 4 HD (PS3 gameplay)

As sequências de QTE, em que os jogadores precisavam acertas botões para realizar as ações, foram extintas do novo game. Isso também matou outros momentos memoráveis, como o final da luta contra Del Lago e a fuga da grande rocha rolante jogada pelos ganados. A épica luta de facas entre Krauser e Leon também sofreu grandes mudanças por causa do gameplay atualizado, ficando um pouco menos memorável.

Apesar de a decisão da empresa ser totalmente compreensível do ponto de vista criativo, fico triste em ver que as novas gerações de jogadores não vivenciarão momentos que marcaram a infância da galera nos anos 2000. Você sempre viverá nos nossos corações, sequência dos lasers.

Afinal, vale a pena jogar?

Mesmo com algumas mudanças pontuais que possam desagradar, Resident Evil 4 Remake pode ser considerado a versão definitiva de RE4. Afinal, após mais de 10 lançamentos e muito amor da comunidade, era de se esperar que a Capcom trouxesse uma obra-prima ao mercado. 

Para quem está em busca de um jogo com bom gameplay e uma história recheada de ação e terror, vale a pena dar uma chance para o novo Resident Evil 4. O jogo original ainda segue interessante, principalmente com os mods gráficos, mas com o remake em campo, a experiência “vanilla” serve mais para conhecimento que apenas diversão.

Resident Evil 4 Remake está disponível no PC, PS4, PS5, Xbox Series X e S, com legendas e dublagem em português brasileiro. A versão de computador pode ser comprada no PC por meio da Nuuvem com desconto, por R$ 218,99.


As imagens foram capturadas no Xbox Series X e PC (RTX 3070 Ti + Ryzen 5 3600).

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Por Mateus Mognon

Jornalista formado na UFSC e criador do Jornal dos Jogos, veículo que reúne as principais notícias de games com curadoria e aquele "jeito moleque" de escrever.