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Qual a diferença entre desenvolvedora e publisher de games?

Saiba a diferença entre publisher e desenvolvedora, bem como esses dois tipos de empresas de games se relacionam

Desenvolvedora e publisher, qual a diferença entre esses dois termos no mundo dos vídeo games? Muitas pessoas ainda não têm clareza sobre o que diferencia um do outro. Mas na verdade, é um bem simples. A grosso modo podemos dizer que a desenvolvedora cria o jogo e a editora/publisher vende ele. 

As desenvolvedoras são responsáveis por criar as mecânicas dos games, fazer toda a parte visual, deixar o produto redondinho para ser jogado. Já a parte técnica é com a desenvolvedora. Os estúdios de games fazem todo o “trabalho pesado” de criação.

As publishers, por outro lado são responsáveis pelo marketing, vendas e relações públicas. É importante ressaltar, no entanto, que essa relação pode ser mais “cinza” do que isso. Em alguns casos, as publishers contam com contratos que incluem cláusulas para serem mais participativas na criação dos games, enquanto algumas desenvolvedoras também podem participar mais ativamente na divulgação dos seus jogos.

Editoras de games famosas 

Grandes editoras também têm seus próprios estúdios trabalhando para eles. Um exemplo é a PlayStation, que tem o Santa Monica Studio, responsável pelo desenvolvimento de God of War, e a Naughty Dog, que faz The Last of Us. Enquanto os estúdios fazem os games, a Sony é responsável por toda a parte de venda e divulgação, além de ser a dona das propriedades intelectuais. Nesse caso em específico, a publisher é a patroa e os estúdios são os empregados.

A PlayStation é um exemplo de empresa que publica diversos jogos.

Algumas publishers de grande porte também fazem contratos para licenciar franquias ou obter exclusividade em alguns projetos. Em 2024, por exemplo, a Sony assumiu o papel de publisher dos jogos Stellar Blade e Rise of the Ronin, que são de estúdios externos. Enquanto a companhia não é dona das propriedades intelectuais, o estúdio obteve exclusividade no lançamento dos jogos no PS5 e fez toda a divulgação dos games, além de garantir legendas e dublagem em PT-BR, por exemplo.

Outro caso interessante é a Microsoft. A empresa adquiriu grandes produtoras como Activision, Blizzard e Bethesda, fazendo com o que o papel de publisher se torne ainda mais amplo. A empresa basicamente gerencia as outras gigantes, que continuam publicando jogos de seus estúdios.

Outro exemplo interessante de publisher é a Ubisoft, Assassins’s Creed Odyssey foi desenvolvido por 7 estúdios da Ubisoft, que também ficou responsável pela distribuição do game. No entanto, a empresa também trabalha com equipes externas: o novo The Rogue Prince of Persia é feito pelo estúdio de Dead Cells, em uma parceria de licenciamento e distribuição com a Ubisoft.

Relações boas e ruins

Vale ressaltar, também, que nem tudo são flores no mundo de publishers e desenvolvedores. Em alguns casos, as publishers fecham contratos que dão um prazo curtíssimo e péssimas condições para estúdios pequenos, se aproveitando que as equipes não possuem muitos recursos. Exemplo disso é o icônico jogo do King Kong, que gerou polêmica em 2023.

Em outros casos, no entanto, essa relação pode ser a melhor saída para um jogo ganhar vida. Certos desenvolvedores menores não possuem tanta visibilidade e dinheiro para divulgar seus jogos do 0, então quando eles possuem uma ideia e alguma arte conceitual, eles costumam ir às publishers para lançar seu jogo. Se as editoras gostarem, elas podem financiá-lo e à medida que o jogo se aproxima da conclusão, os editores comercializam e distribuem o produto final.

A Devolver Digital é um exemplo interessante de publisher que costuma ter uma boa relação com desenvolvedores indies. A empresa seleciona bons projetos, alguns feitos até mesmo por uma pessoa, e ajuda no financiamento e distribuição — recebendo parte dos ganhos, obviamente.

Por Ramon Félix

Entusiasta de games e alguns assuntos relacionados ao mundo da tecnologia.